terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Mangue City


Não se assustem, comecemos o texto com uma singela palavra: Desagraça; de tão bonita e interessante o compadre world desconhece. Por que filho, porque desgraça? Porque fico preguiçosamente me poupando da escrita, com uma argumento imbecil de que vomitarei os meus versos no momento em que amadurecer a idéia. Já tinha claro sobre o que iria escrever, o problema girava em torno do como escrever, vou melhorar, o problema girava em torno do como começar escrever, todo esse arrodeio pra evitar piadas do tipo com as “mãos.
Antes de abordar o assunto principal que envolve essa ação antiecológica de descartar folhas, quero socializar coisinhas que tem me ocorrido na residência universitária. Aqui é quase a casa verde do alienista; por quê? Alguns relatos de caso ilustram a situação: um amigo insiste em adotar uma postura autista com relação ao ambiente, e quando eu o surpreendo com uma interjeição, o camarada com sua ação valida o diagnostico. Perguntei ao moço gentilmente,:"meu amigo em que mundo você esta?" Ele simplesmente retruca! Como assim em que mundo, “lá ele”. Pronto, já é suficiente. Já as demais 99 criaturas (elogio) imaginam que o fato de você ser um estudante de filosofia, equivale ao rotulo de “idiota que respeita e aceita delírios cognitivos de todo gênero”. É um tédio terrível ter o transito do corpo paralisado a todo instante, sendo surpreendido por interlocuções alienígenas do tipo “de onde veio a vida?” do saco do seu pai! Ou tipo quem é deus e de onde ele veio? O que é o universo? Você teria paciência?
Bem, estou falando de gente que esta ou não esta no mundo, se esta no mundo se esta de alguma forma, pode-se estar no mundo e não estar vivendo, pode-se estar na vida e não esta no mundo, ou pode-se ainda estar na vida no mundo e não estar vivendo; com base em todos os estados dos estares é que eu apresento o combustível do que me leva a escrever, ou melhor, verescre, primeiro observa-se depois se escreve.
O que de fato motivou a escrita foi uma cena silenciosamente contemplada nos intermédios da Barra, orla de salvador em um bar animal, um point conhecido como Bar do Caranguejo. No bar do caranguejo, do lado de fora, estava um senhor mal trapilho, deitado ao chão com ferros nas canelas ou canelas de ferro, estava lá deitado e encostado numa arvore, o seu olhar era um olhar fixo em direção ao interior do bar que se apresentava lotado no fim de semana; uma cerca de arame liso em um espaço de aproximadamente 2 metros, separava o senhor em terra dos felizardos do mangue, era a cerca de arame liso que dizia naquele momento os que estavam dentro e quem estava de fora da vida na vida e dela participando.
O olhar nobre do senhor robocop não contemplava a sociedade que ali andava pra trás, o seu olhar se detinha a uma TV LCD 42 polegadas posta na parede, e estaria ele errado?
Fim do arrodeio e da historia, onde esta a graça? Perdi tempo escrevendo e vocês perderam tempo lendo? Façamos uma reflexão sobre o caso!

------------------------------------------------------------------------------------

-------------------------------------------------------------------------------------

-------------------------------------------------------------------------------------

-------------------------------------------------------------------------------------

A discussão é curta, mais do que as linhas, no entanto, o que tenho a dizer é que na sociedade caranguejo, cantando e dançando pra trás, a lama em que a sociedade se atola não tem a mínima importância, um excluído é muito pouco para uma sociedade que vive no mangue e do mangue... A maré ta baixa e continua enchendo, a todo vapor...

domingo, 20 de setembro de 2009

o espetáculo antropológico






Passada a analgesia sensitiva, me alegro por me perceber percebendo esse mundo que nos envolve. O perceber é sofrer, no entanto não há um gozo no se perceber sofrendo, no entanto paradoxalmente existe um mérito, o mérito do perceber. Um mérito fruto da agonia, da indigestão urbana, da animalidade humana...
Há um mérito no se reconhecer sofrendo, suportando o peso de existir, do se ver oscilar entre a alegria e a decepção, sufocando na existência e desesperadamente relutando contra essa ânsia agonizante do cardíaco que se surpreende pelo ataque que de presente lhe oferece a morte, o suspiro salvador surge no palavrear a realidade um suspirar que nos livra da implosão em si agonizante... Palavrear é a catarse é uma tomada de consciência terapêutica, sofremos, no entanto existimos mais fortes.
Diante do desabafo me resta um confessar, confesso que me perdi no gênero e estilos do meu não saber escrever, me perdi na poesia, no conto, na crônica. Hoje o que será vomitado é um new style o caoscronicopoeticuscontado social, define-se por ser uma porra sem regras, no entanto organizado.
Esse estado em que se escreve é um retrato real das nossas identidades urbanas, e é em homenagem ao homo teoricus “meu camará Elnatan” que apresento a nós todos o que ele chamou de (A piração sociológica), completo piração sociológica global.
O que será narrado é algo enraizado há séculos na nossa cidade, ela Salvador, essa salvador já não salva a dor de ninguém, aqui as pessoas padecem mesmo independente da classe social, da pobreza material a pobreza afetiva, intelectual, pobreza do existir.
“E é por querer retratar o padecimento antropológico dessa cidade que lhes oferto pensamentos e imagens captados em mais um dia de agonia (daria um bom nome de programa da televisão), existiu o portas da esperanças, hoje seria legal” um dia de agonia” depois de esperanças frustradas agonizar é a moda, e acreditem ela da ibope.
Vamos a fatos, sorria você esta na Bahia, a terra da alegria. Define-se alegria: interdição do vir a ser, turismo, dinheiro, ou aprisionamento reciclável de homens na imagem.
Porque toda essa viajem ? acompanhei amigos que foram ao pelourinho gravar um curta metragem para participar de um festival do cinema, até aqui tudo ótimo. Ali no pelô em sua curta metragem urbana uma longa historia se passava naquele filme montado e rodado todos os dias na mais profunda alegria. O filme comercial e por isso virtual, filme com os seus principais atores atuando sem saber, filme que utiliza figurantes que há anos vivem no espaço atuando sem saber mais sentindo sabendo o porquê sentem, existindo honestamente no seu habitat inventado invadido pelo espetáculo.
Permito-me um trocadilho, a princípio chamaram o filme de pelourinho, no entanto devido à quantidade de astros europeus chamemo-o de PELOIRINHO, eles já dominam e atuam no espaço. No filme inventado pela indústria não só filmado por alguns, com a-tores, algo me prende a atenção! A mizeria linda, a mizéria negra pedindo passagem, a mizéria montada no pescoço do negro, a mizéria passando em frente às câmeras e sujando todo cenário se sobressaindo aos atores do comercio global, sujam, mancham o espetáculo com sua verdade existencial.
A mizéria humana e descalça interdita a cena e oferece a mão antes espancada, e agora pura com marcas da surra histórica, ainda vazia na carência monetária e nutricional do corpo aprisionado no estigma e no marketing do filme.

O negro esmola sem escola joga bola
O branco propagandista aprisionou o negro na imagem do capoerista.

O negro ainda é espancado e explorado no dia a dia do peloirinho, a existência negra dominada pela venda da imagem de um negro capoeira interdita o vir a ser, aprisiona as possibilidades e reduz o negro no que lhe é singular. O negro que limitado por um discurso limitante do outro, imobilizador que o fere na raiz da existência fica a deriva dançando no espetáculo como a coisa exótica a ser observada, como os loucos na Europa antiga, a diferença é que o circo é aberto, sem lona, um circo sem proteção como um bicho solto porem preso. O negro dançante é observado peloloirinho, restrito a capoeira engrossando e aumentando a poeira que lhes obscurecem na historia.

Entre o branco que compra e o negro que pede algo ali se sucede.

O algo que se sucede é um tanto quanto interessante de ser registrado, e confesso merecer mais linhas do que as aqui dedicada, durante o espetáculo, entre os intervalos de cenas do curta metragem, uma matilha passeia pelosloirinhos no peloirinho. Uma matilha que nos fornece uma reflexão importante nesse momento de exploração de imagnes e espaço. Os mais de 26 cachorros se organizam em bando, ladram aos que deles se aproximam. É bonito perceber os cachorros unidos (daria uma super potencia no reino animal), conseguem unir uma espécie com diferentes raças que dominam o espaço e exercem o seu poder canino, a matilha é um exemplo de como proceder, se organizar e de como se livrar dessa armadilha, a arapuca que aprisiona. Atenção camaradas, cortemos a cena, vamos rosnar aos que exploram.

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Os mundos na cidade ou muros na verdade?

Arde-me os olhos, levanto calmamente da cama e dirijo-me ao espelho para verificar o que há no olho que tanto me incomoda; acendo a luz do banheiro e seguro as pálpebras com as pontas dos dedos, eu olho o olho, olho o meu olhar... Não há nada de errado!

Tenho pressa em novamente deitar-me, sinto um frio intenso nos pés, há muito tempo que o inverno não me surpreendida com tão baixa temperatura, rolo na cama, penso que posso morrer a qualquer momento, o vazio da noite inspira a poesia e facilmente convida-nos a pensar na morte... Imagino que posso morrer assim “de súbito” coração parar, romper-me um vaso no cérebro, lembro que as celebridades também morrem e é esse o meu consolo, odeio a idéia de reconhecer que os monumentos, torre eyfel, cristo redentor, jardins suspensos da babilônia vão durar mais do que eu, desejo-lhes ver as ruínas, talvez idéias assim mobilizem homens bombas.

A falta de sono me faz contemplar minhas janelas quadradas que se posicionam em frente à cama, a altura delas me possibilita observar o balanço da arvore, os galhos se movem loucamente, a noite assusta. Tomo coragem levanto-me da cama; encanto-me por verificar nevoa pela cidade, pessoas a chamam de neblina. A cidade dorme nesse clima sombrio, me pergunto quem naquela cidade poderia estar acordado, assim como eu, em determinado horário a devagar em pensamentos? Imagino que os menos solitários dão um jeito de carinhosamente chamar o seu amado pelo apelido mais carinhoso e ridículo, (sempre no diminutivo) pretinha, branquinha, inha, fofinha,, docinho, fingindo e disfarçando o real sentimento tedioso da vida de casado, para simplesmente dar uma trepada e afastar o frio intenso, que convenhamos, é muito mais insuportável a quem não encontra uma costela. Quem na cidade suportaria sensações geladas e dolorosas piores que a indiferença cotidiana?

Odeio o ambiente de casa, odeio o frio, odeio ficar em casa no frio, resolvo que melhor seria ficar só com o frio, resolvo sair de casa. Corro ao armário e puxo uma mala preta onde guardo as roupas interessantes do bisavó falecido a pouco tempo, roupas que seriam doadas, preferi que fossem doadas a mim, lavei-as durante 15 dias consecutivos a fim de tirar-lhe o cheiro horrível que tinha o bom velhinho, uma mistura de cravo e namuscada insuportável, ele passava dias com os casacos, e dizia-nos que lavar casacos fazem com que estes percam gradativamente sua capacidade de aquecer-nos. Mentira dele era um imundo!

Os casacos me servem, sigo na avenida principal mirando os postes que iluminam a rua com suas cores amareladas, observo na solidão da cidade uma orgia de roedores, os ratos trepam pelos cantos e passeiam livremente. Os ratos defecam e urinam na cidade, nos excrementos se arrastam, sinto que aproveitam ao maximo aquilo que deles provem. Ratos e carros, os únicos que congelam são os carros, os pára-brisas mais parecem lousas mágicas, retorno a infância escrevo neles palavras carregadas de significado “avestruz, helicóptero, carruagem, engrenagem, espaguete, garçonete, toalete, e mamãe eu te amo, alem de elefante na caçamba vermelha o ultimo carro estacionado na fila da esquina”. Escrevi também Deus você é sacana, eu andava a pé, nada mais justo.

Nas ruas vazias de vida humana tenho um sobressalto ao escutar batidas nos flandres, eram pedaços de chapa de um material parecido aço, as pancadas dadas por um senhor pouco acima do peso, que tentava a vassouradas acertar um rato preto; ele dava verdadeiros berros ao tentar golpear o pequeno animal, pancadas violentas a ponto de torcer-lhe a coluna; pensei em registrar a cena com minha maquina, no entanto imaginei o incomodo que causaria a tal divertimento, e ponderei, poderia incomodar o nobre senhor, e usando a lógica, temi caso eu o incomodasse, o tipo de material que ele poderia tentar me agredir, levando em consideração que as medidas entre eu e o rato eram significantemente consideráveis.

O que o senhor fazia era a assepsia duma antiga banca de revistas que dava-lhe o pão e o teto de cada dia, observei-o ainda alguns segundos e o percebi parado, contemplando o seu momento, abria uma boca de tamanho descomunal e soprava fortemente, da sua boca saia a fumaça natural do choque entre temperaturas. Moveu-se ao interior do seu ambiente e deixou ecoar pela praça o chiado angustiante nheccc....... do ferrugem na fechadura, senti meu corpo arrepiar. Tanto tempo parado presenciando a cena, me fez sentir os músculos enrijecerem com o frio, corri pela rua e repousei encostado a porta da igreja, acreditei que ali residia a proteção, ninguém ousaria nada contra um santo fielmente encostado a porta da igreja.

Parado a porta da igreja verifico duas mulheres saindo de um apartamento, imagino o quanto corajosas sejam, é madrugada e essa moças indefesas saem tranquilamente pela cidade. A fim de ocupar-me o tempo e na tentativa mesmo que ínfima de virar herói, já que nunca se sabe, vai que as criaturas sejam atacadas, estaria eu pronto a defendê-las; coloco-me a segui-las discretamente, a madrugada gelada me desperta instintos protetores. Vago pela cidade com mãos no bolso cantando no meu intimo musicas internacionais, nunca as entendi , mais sinto que se as entendessem concerteza as compreenderia, musicas internacionais e mulheres são os grandes mistérios desse mundo.

As moças caminham de mãos dadas, estou a dois metros desses dois anjos, elas brincam alegremente de soltar fumaça, escuto-as dizerem uma pra outra “o meu trago foi maior, rsrsrs” riam, riam, riam, a rua era só delas. As mulheres se sentiam tão donas e únicas pela rua que caminhavam de quatro feito dois animaizinhos, serem mulheres e parecerem dois animaizinhos é pedir de mais, mulheres já bastam nessa noite. Contemplar esses seres caminhando de tal modo me provoca arrepios constantes, confesso que desejo encurra-las, imagino-me apertando-lhes as nádegas, assim como o leão faz com a leoa mordendo-lhe o pescoço e dominado-a pela traseira. Segui-las a distancia se tornou tarefa difícil, tanto pelo desejo de aproximar-me desses querubins, quanto pela dificuldade de locomoção causada por um pênis desprotegido de cueca; percebia minha calça esticar-se e intimamente orgulhara-me do volume. Já não me lembro o momento em que deixei de segui-las e passei a persegui-las, pararam a frente do teatro municipal, as gargalhadas de ambas mais pareciam os risos de pessoas que assistem um espetáculo e riem não do espetáculo mais sim do fato de não entenderem o que ali se passa; elas só se entendiam, só não sabiam porque riam e riam e riam...

Percebo nessa madrugada o limiar entre humano e animal, analiso-me e constato que os desejos instintivos do prazer convidam minha racionalidade a buscar uma maneira de realizá-los. Com uma mão seguro minha maquina fotográfica e cuidadosamente tiro fotos das contentes criaturas, fotos sem flash. Caminham em direção a igreja matriz, no alto da igreja as imagens dos anjos; desejo-as como santas e no meu delírio as imagino virgens.

Parado na esquina de cócoras a observar e fotografar meu objeto, sinto uma mão pesada com luvas pretas me tocar o ombro, giro-me lentamente com medo e surpreendo-me com a figura de um militar que olhando-o de baixo aparentava 1,90 metros de altura. – o que faz aqui a esta hora meu senhor? Pergunta-me. Sinto o meu órgão sexual desaparecer, antes de dar-lhe uma reposta sincera, fui surpreendido com uma ordem. – retorne a sua residência imediatamente, o governo Brasileiro ordena que todo cidadão permaneça dentro de casa até que as temperaturas subam no mínimo 6 graus, e nós militares, homens de bem a serviço da nação, somos os fiscais do bem estar nacional, e zelamos em nome do excelentíssimo senhor Presidente pelo bom funcionamentodeste país; saímos as ruas e fiscalizamos os irresponsáveis que na noite gelada se arriscam, se expondo a riscos desnecessários, ficando sob a eminência de a qualquer momento ser acometido por algum mal que possa se apresentar a pessoas sensíveis e não acostumadas a essa alternância de temperatura; e continuou,o senhor quer fazer com que o estado gaste uma fortuna com o seu tratamento? Que tenha despesas de saúde com um cidadão irresponsável, como o senhor? Por acaso não ama essa pátria? Não teme uma necrose? Hipotermia? Pneumonia? Sabe o que significa ordem e progresso cidadão? Não pensa em seus familiares? Por acaso já ouviu falar da homeostase, hein, conhece a historia da homeostase? Disse-lhe que não. Paciência cidadão, ame a pátria ou deixe-a! – vejo que duas mulheres a esta hora se divertem, siga a sua casa que tenho um dever a cumprir!

Obedeci a ordem, sempre a ordem, a ordem, assim como as mulheres que riem e riem, riem... Andava a passos largos retornando a casa, no entanto os impulsos intuitivos me fizeram olhar, olhei para trás e não tive medo de tornr-me uma estatua de sal, os militares não são deuses. O militar das mulheres não havia se aproximado. Me perguntava por que o militar delas mantinha distancia? Observava o observador, passei a perseguir o perseguidor. Agacho-me próximo a uma janela e escuto soluços de uma senhora, pensei em ajudá-la dar-lhe um susto, a possibilidade de matá-la do coração me conteve. Continuei agachado e tirando fotos. Nesse momento as mulheres coincidentemente perceberam não estar mais sozinhas pelas ruas, notaram o irresponsável militar que tropeçara numa lata de lixo.

As criaturas agora pareciam saber e pra onde caminhar, se movimentavam com mais velocidade, eu me mantinha na trecerguição. As mulheres a fim de ganhar velocidade tiraram os casacos, não sentiam frio provavelmente pelo fogo natural das mulheres associado à temperatura do sangue, se embrenharam em becos, a perseguição era cada vez mais clara, eu conseguia manter-me discreto. As mulheres correm numa rua sem saída e se deparam com uma grade no horizonte que dava acesso a um estádio abandonado, estranhamente elas param, parecem querer enfrentar o militar olho no olho. O militar saca a arma e as obrigam encostar nas grades, apalpa vagarosamente as mulheres, continuei a fotografar sem ser notado, percebo meu pênis alterar o tamanho... as mulheres começam a se abrir sem que existam ordens para tal, tiram toda roupa, dançam movimentos lentos com dedos na boca, olham fixamente para o militar e se chupam, e roçam e se apertam; tocam agora o corpo do militar, o corpo militar não responde aos toques femininos, ele não desejava a cumplicidade, o seu amor só é amor quando realizado sem permissão, a força. O militar tenta os tapas, puxa os cabelos com força das criaturas, elas não pedem pra parar, elas gemem, gritam vem, vem, vem... O militar não tem tesão, ela pedem vem, queremos, vem, vem, vem... risos, riem, riem riem, ele ordena, a ordem, ordem, ordem, o militar não se sente afetado pela permissividade das mulheres.

O militar esta parado, em pé sem ação, as mulheres dançam, tocam-no, lambem e chupam freneticamente seu pênis sem vida. As mulheres ficam em pé e dançam girando em torno do militar, sopram a fumaça da noite, andam em círculos e de quatro, sussurram palavras desconexas, as garotas parecem realizar um ritual ancestral do acasalamento, passam as mãos pelo chão, tocam o corpo do militar e introduzem dedos na vagina. Gemem, gemem, gemem intensamente e de forma violenta lançam ao mesmo tempo um tapa na face do militar que cai junto a grade, as mulheres o levantam e o algemam em uma velocidade incrível, elas se beijam e uivam, é tudo muito estranho, elas fazem sexo oral, penetram uma na outra com dedos em movimentos cada vez mais rápidos, gemem, gemem, gemem... Pegam o cacetete do militar, giram-no ao ar, lançam uma à outra e riem. Cospem, cospem cospem o cacetete dão gargalhads e seguram a nádega do militar muito devagar, abre-a com todo cuidado, massageiam o anus do militar em movimentos circulares, o militar se contorce, se debate na grade, pedem que parem, as mulheres já não escutam. Eu espantado no canto me surpreendia por reconhecer que o ritual me prendia a atenção, fico desesperado entre o tesão e a expectativa.

Na tentativa de uma ação corporativista que protegesse o macho, ligo o flash da maquina e disparo, as mulheres enfim me notam, ao perceberem que tudo era observado elas penetram o anus do militar com cacetete, ele grita, elas gemem, eu as fotografo e elas urram, dedos na vagina e puxões de cabelo, faziam movimentos com os dedos e me convidavam, me desesperava como tesão que me possuía, ponho meu pênis pra fora, me masturbo e as fotografo, a cada fleche elas convulsivamente aceleravam o movimento. O militar não resiste e desmaia o movimento de entrar e sair com o cacetete em seu anus não para, eu atônito já não conseguia fotografar segurava o pênis com as duas mãos e acelerava em movimentos frenéticos... As mulheres me observavam e uivavam, eu gozava desesperadamente apaixonado pelo momento.

Pós orgia, pós gozada me senti envergonhado, suspendo as calças, as mulheres se recompõem, o militar morto ficará nu com os paus entre as pernas. Volto a minha casa. Deito-me aliviado e sentindo-me culpado, e agora? Penso no que fazer com as fotos que são a prova de um crime. De um crime? Houve crime? Levo as fotos a policia para que seja tudo discutido e investigado. 13 minutos após analise das imagens sou preso em flagrante me acusam os policiais de cúmplice de um homicídio e omissão de socorro. Revolto-me, revolto-me eles não analisaram! Aceito a prisão, fui cúmplice no prazer, aceito a cadeia e comemoro a gozada, no fim me resta uma duvida “o que condenou-me foi o crime ou a pura gozada honesta?” O casamento nos livra do mal, amem!

sexta-feira, 17 de abril de 2009

Tributo a inteligencia moderna

Busque, tatei sua inteligencia
Resolva problemas que o mundo nos deu
Se é dele ou se é meu o fato é o problema
Me envolver é o dilema, um toque vibrou
Aos sons dessa alma de enrgia vibrante
Frequencia constante tonturas causou

A mizeria é real se jogue na lama
Falta a criança uma cama
Ao patrão humildade

Modernidade de escravos o tempo te corta
Sua inteligencia é uma porta que se abre ao cancer
Voce é sabido e adoece sabendo
No seu mundinho correndo um automata virou

Voce é humano, mecanico, cigano
Tu és prisioneiro de si e do tempo
O teu ser na corrente ligado ao rebento, Aberto pro fim, fingindo se vai.

Por um fé honesta

Esquina perigosa de sangue vermelho
A encruzilhada é o espelho que o cão maquiou
A bruxa de quatro fazendo careta
A boca é “buceta” que a vassoura entrou

Vassoura de pelo na pele com chagas
As chagas de cristo que o homem cão provocou
Covardes fedidos das trevas ardentes
Surge o samba sem graça que um deus cantou.

O homem que dança na esquina do santo
Sua carne aos prantos o verme provou.
Recorra a imagem se apegue ao barroco
Se é sagrado ou se é oco, goze na fé.
Deitado ou em pé o grito escutado,
Jesus foi cravado e o mau prosperou.

Adios julio verne

Mergulhei no buraco da terra
Buraco quentinho que tragava o vulcão
Era a casa do cão ou o pulmão da terra?
Peguei um bronze no ouro da larva.

A larva da terra que é terra que é humos
Que é um humano sem rumo no calor do buraco
Más linguas retratos que a terra tirou
O terremoto e o pecado, o homem causou.

Quando saí do buraco cheio de bronze
Eram quase 11e ai eu nasci
Nasci pra morrer para voltar ao buraco
Pra me perder na palavra, em um começo sem fim.

Pelo bem pensar

Rasgue a garganta estrupe o verso.
Pentre a palavre trepe a vogal.
Ejacule uma sopa com caldo de letras.
Faça um nome no teu estomago viceral.

Pensa as letras como filhas do mal
Surgidas do estupro da mente na lingua
Xingue a mãe com a lingua materna
Escomungue a mente pela sua incompetencia.

A lingua degolada em má formação
Aposentou-se na boca que fede com F
O F que fede que Fode a mãe mente
Mentira que mente, a mae lhe trepou

Incesto de uma lingua cravada no dente
Um putrido odor no cancer da mente
Enterremos a inercia no silencio covarde
Usa a cabeça sua puta antes que seja tarde.

sábado, 28 de março de 2009

O conto

As minhas lagrimas no chão sepultam a minha dor. A terra seca chupava a dor e a lagrima. Formou-se um lençol que levava a dor pelos sulcos do chão, e desse chão sofrido e molhado nasce a arvore da tristeza, os frutos nutriam a esperança de quem tinha fome.
Eu mordia meus lábios na tentativa de matar a dor crônica, morder, arrancar de mim, suicidar em mim o sentimento inflamado, as lagrimas rolavam, rolaram pois não tinham raízes, as lagrimas são com o mundo, de tão mundo e tão puro era vazio...
O homem sem raiz não tem mundo tem dor, a dor não é mundo nem muda, ela é universo que grita, os versos são um vomito dos gemidos da alma, saem loucamente por não cabelos em si... tudo é dor, o ver o não ver, falar e não falar... Há... Guerreira consciência, a conseqüência é um olhar que vê e é cego, cego como a faca da consciência, enferrujada que me corta o corpo bem devagar, o meu corpo flácido reclama, a faca não me rasga, crava-me com a morte no corte e sem dor... Sepulte o mundo em mim e me liberte da existência, me vende os olhos agora, me jogue terra ou deê-me um lenço, escute esse olho sofrido que poderá assassinar a humanidade com sua enchente.

A palavra

A palavra carente de sentido carrega em si o objetivo que procura.
A cura da dor contida, da dor sentida, da dor gritada no sentido da palavra.
A vida vivida corrida não é vida
Pensar a palavra é viver, enunciar o mundo é dar nome as coisas...
Que coisa? Que mundo, Que nome?
Palavras são como casas
O sentido são tijolos, arrume-os, alicerce-os, compre aos poucos.
Tenha um teto, se proteja do mundo palavreando a vida...

Palavras como telhados por onde descem as letras
As letras limpam o teto e molham nosso chão
Já foi importante desejar enchente na casa da gente?
Matar a sede sem afogar o homem.

Canibal

Eu comi o homem, indigestão e gosto azedo.
Eu mastiguei esse veneno lentamente.
Sabia o que fazia, comi o homem cru.
Comi a peste azeda e podre

Arrotei o homem que fedia
Ele virou merda e eu mirava-o
Mexi o homem merda e este fedia ainda mais

Tomei um laxante e botei-o todo pra fora
Nutrir-me do homem e sepultei a esperança
Sou um canibal moderno

Homens na prateleira, mercadoria vencida.
Eu mirei o homem e degustei sabendo o sabor.
Paguei pra ver, despertei para o mundo e resolvi ser bicho

Artista

Eu finjo fingir que finjo
Eu interpreto a interpretação do fingido
Atuo na vida porque ela em mim existe
Interpreto a vida porque ela se nega a me interpretar
Eu aceito os rótulos e interpreto-os incondicionalmente
Eu interpreto de perto
Porque o homem longe de si ,perde o controle do seu papel.

Caminho

Calado pensando lá vai...
Vai sorrindo ou chorando? Vai
Fechem as portas, cerquem-o!
Ele vai porque é teimoso

Ei psiu... ele vai ser gente detenham-no
Desmistifique-o, amance-o, ele é forte
Forçando e seguindo e indo ele vai...

Vai ali em um lugar sem nome...
Vai vagando e fazendo o caminho...
Vai filho, se ficar morrerá...
Morrerá, e se não fosse continuaria igual...

O vai é constante
Vai ler seu caminho
Descubra sozinho,
Na caminhada rebelde
Que o não temer a morte,
Deu-lhe o que faltava no homem
a vida. Siga...

Um olho amigo

O segredo de tocar o outro é ser sincero
O segredo em ser sincero é sinceridade
O segredo em tocar a sinceridade é humildade
O humilde toca e é tocado
O segredo da amizade é ser amigo
E a sinceridade do amigo é um movimento com os olhos.

sexta-feira, 27 de março de 2009

???????

Entre o ser e o não ser
Entre você e o outro
Entre o molhar e o mastigar o biscoito
Entre os 80 ou os 18

Entre o morrer e o viver
Entre o viver comprando ou roubando
Entre o morrer gemendo ou sonhando
Entre o ir mordendo ou chupando

Entre o ser e o ter
Entre o dizer e o fazer
Entre o real e o teatral
Entre o homem e o animal

Entre o pássaro e o avião
Entre deus e o cão
Entre o ato e o tato
Entre o concreto e o abstrato

Entre a cinzas e o cemitério
Entre a duvida e o critério
Entre refletir ou sintetizar
Entre o calar ou falar

Entre o homem e a mulher para amar
Entre o dizer e o disfarçar
Entre o adultero e o sincero
Entre o mi o s e o terio

Eu sou eu
Confundo-te
Aflijo-te
Complico-te
Te te te duvido

Entre o ser e a duvida
O meu nome sincero
Mistério