sábado, 11 de outubro de 2008

Merda e desgraça, dialogo possível.




Após dias que pareceram séculos, após ser tomado, possuído por uma crise improdutiva, isto é (isto é não é propaganda de revista) se é que as minhas outras crises não foram crises de criatividade, e esta fase de pura ausência de idéias seja de fato a minha cara. Vai eu escrever esse besteirol, sobre merda e desgraça.

Salvador + Bahia + Brasil = A baiano, brasileiro, medo de violência, e comedor de acarajé... O acarajé é algo que idolatro, e claro que não sou preconceituoso quanto aos seus aspectos físicos, sendo acarajé, tendo a cara de acara-jé eu estou me jogando...
Errante pela rua encontro uma BAIANA, normal estou na Bahia! Mas era uma baiana mais baiana que as outras baianas lavadeiras, merendeiras, desempregadas e etc. Era uma baiana de gênero, era a baiana de acarajé, belamente vestida com aquele típico traje de noiva pobre... (nada contra)
Bem! Vai eu compro, como e vou dormir (hábitos normais dos estudantes), vou à unifacil, ops unifacs! Ao chegar e caminhar pelos corredores, eis que começo a sentir arrepios ui ui ui (bem gay esse trecho), algo me possuía (mais gay ainda), era uma entidade, entidade popularmente conhecida como diarréia, caganeira (que nojo), cólica, dor de barriga e dependendo da classe social e se for menina poderá chamar-se, como diria as gatinhas tímidas “sentindo uma coisa aqui”.
Assim que terminei a introspecção, e notei que isso é o que os radicais vão chamar de auto-conhecimento, me lanço ao sanitário ao lado do laboratório geral 1. Passei por um período de lanços, lancei-me ao banheiro, lancei-me ao vaso, lancei a merda no vaso (a melhor parte), que lançou a merda no esgoto, que rodara toda salvador e acabara sendo por fim lançada no MAR. E se você tiver sorte, poderá ate encontrá-la em uma dessas praias aqui de SSA. Ela é do tipo mole e escura, devera estar mais escura por causa do bronze, mas caso encotre-a, cumprimente-a, diga a ela que sabe de que CÚ ela saiu, e diga que kayk mandou lembranças.
Após essa reflexão sistemática e poética de dona merda, continuarei a narrar o que se passou no banheiro no momento em que eu gemia silenciosamente.
Durante esse processo que antecede o alivio, entra no banheiro um pai de família desses que sustentam a prole limpando a sujeira do burguês. Entrou, verificou todos os vasos antes de limpa-los (era um bater de tampa ensurdecedor, e eu lá encolhido, e ansiosamente esperando que o silencio e a paz retornasse ao trono).
Retornar como? O senhor ao abrir o vaso ao meu lado esquerdo, bradou instintamente “que desgraça, que porra, desgraça, desgraçaaaaaaaa”... Fez um nhecc..... De quem vai puxar o nojo com o cuspi, cuspiu, deu descarga e bateu a tampa raivosamente... Um vaso de merda o esperava todo sujo, para que então pudesse ser novamente limpo... (estudantes mal educados, mamãe não ensinou a dar descarga e nem estava lá pra apertar o botão... quanto mimo).
Nessa narrativa sem graça, até poderíamos brincar com tais questões, porem prefiro silenciar-me. Calo-me frente a esta constatação do cotidiano, a constatação da qual a teoria nos fala, e o que é que a teoria fala? “Fala que de fato, todos os dias tem uma grande quantidade de gente, que sujam as mãos limpando a nossa merda”.
Vamos andando e cagando filhinhos, por que o mizero diploma já não te livra dessa realidade... E cuidado! O mundo não é cor de rosa e nem ordenado, ou aprendes a dar descarga ou serás tu meu príncipe a grande merda dessa historia. O mau cheiro esta no ar e são poucos os que tapam o nariz, perfumem-se mais sejam educados.