terça-feira, 8 de dezembro de 2009

Mangue City


Não se assustem, comecemos o texto com uma singela palavra: Desagraça; de tão bonita e interessante o compadre world desconhece. Por que filho, porque desgraça? Porque fico preguiçosamente me poupando da escrita, com uma argumento imbecil de que vomitarei os meus versos no momento em que amadurecer a idéia. Já tinha claro sobre o que iria escrever, o problema girava em torno do como escrever, vou melhorar, o problema girava em torno do como começar escrever, todo esse arrodeio pra evitar piadas do tipo com as “mãos.
Antes de abordar o assunto principal que envolve essa ação antiecológica de descartar folhas, quero socializar coisinhas que tem me ocorrido na residência universitária. Aqui é quase a casa verde do alienista; por quê? Alguns relatos de caso ilustram a situação: um amigo insiste em adotar uma postura autista com relação ao ambiente, e quando eu o surpreendo com uma interjeição, o camarada com sua ação valida o diagnostico. Perguntei ao moço gentilmente,:"meu amigo em que mundo você esta?" Ele simplesmente retruca! Como assim em que mundo, “lá ele”. Pronto, já é suficiente. Já as demais 99 criaturas (elogio) imaginam que o fato de você ser um estudante de filosofia, equivale ao rotulo de “idiota que respeita e aceita delírios cognitivos de todo gênero”. É um tédio terrível ter o transito do corpo paralisado a todo instante, sendo surpreendido por interlocuções alienígenas do tipo “de onde veio a vida?” do saco do seu pai! Ou tipo quem é deus e de onde ele veio? O que é o universo? Você teria paciência?
Bem, estou falando de gente que esta ou não esta no mundo, se esta no mundo se esta de alguma forma, pode-se estar no mundo e não estar vivendo, pode-se estar na vida e não esta no mundo, ou pode-se ainda estar na vida no mundo e não estar vivendo; com base em todos os estados dos estares é que eu apresento o combustível do que me leva a escrever, ou melhor, verescre, primeiro observa-se depois se escreve.
O que de fato motivou a escrita foi uma cena silenciosamente contemplada nos intermédios da Barra, orla de salvador em um bar animal, um point conhecido como Bar do Caranguejo. No bar do caranguejo, do lado de fora, estava um senhor mal trapilho, deitado ao chão com ferros nas canelas ou canelas de ferro, estava lá deitado e encostado numa arvore, o seu olhar era um olhar fixo em direção ao interior do bar que se apresentava lotado no fim de semana; uma cerca de arame liso em um espaço de aproximadamente 2 metros, separava o senhor em terra dos felizardos do mangue, era a cerca de arame liso que dizia naquele momento os que estavam dentro e quem estava de fora da vida na vida e dela participando.
O olhar nobre do senhor robocop não contemplava a sociedade que ali andava pra trás, o seu olhar se detinha a uma TV LCD 42 polegadas posta na parede, e estaria ele errado?
Fim do arrodeio e da historia, onde esta a graça? Perdi tempo escrevendo e vocês perderam tempo lendo? Façamos uma reflexão sobre o caso!

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A discussão é curta, mais do que as linhas, no entanto, o que tenho a dizer é que na sociedade caranguejo, cantando e dançando pra trás, a lama em que a sociedade se atola não tem a mínima importância, um excluído é muito pouco para uma sociedade que vive no mangue e do mangue... A maré ta baixa e continua enchendo, a todo vapor...