quinta-feira, 24 de fevereiro de 2011

Do óhhbvió

Ela é esse veneno que lentamente te invade,
É essa batida que acelerada encurta o fôlego,
Assim é o veneno da vida...
Internalizado nas veias.

Como o suspirar profundo
Desejando amordaçar a existência,
Assim é o homem vivo condenado, algemado no tormento.

Gritar, gemer, correr ao tumulo
Rumo do sangue tu existência contida.
Desesperada para não ser esquecida,
Artéria entupida estanca a vida!
Só o simples Fim...?

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Automatismo Psíquico

Sempre soube que é entre as diferenças que reside o lugar onde nos perdemos... Ontem à noite o açoite soou e o povo estava a tremer na estrada que ligava o largo do desespero ao canto da esperança. As pessoas resolvem erguer um monumento em plena avenida... A oração que seguia, contagiava toda multidão que dizia saber a diferença entre o hipopótamo e a realidade mágica; a realidade mágica era algo típico das bruxas e das casas amarelas, sendo que estas sempre foram insuficientes a nação.
Foi assim que a verdade começou a ser contada e toda diferença parecia ser notória... No entanto o povo sempre acreditou que o samba era a única realidade do sangue e que os diferentes batuques nasceram para dividir a emoção da agonia mercantilizada. A enxada torna o ritmo natural desconexo, o som já não faz sentido... Ainda assim, as crianças sob um teto marrom de alambique e esperança tocam flautas e todos dançam pedindo ajuda.
Muitas vezes o homem saberá dos fatos ocorridos e a realidade da cidade perdida ficara esquecida na praça principal em sua lotação desenfreada, pois o povo que hoje corre já não lembra que morreu.

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011

A desrazão e o paradoxo.

Que dimensão é essa? Que caminhos são esses por onde nós mesmos nos percebemos? Esperem! Ouço uma voz! Sou eu, estou afirmando, é sim a dimensão psicológica... Eu afirmo, e eles? O que eles fazem?
Eles poderiam te perguntar se a tua vida não mais é viva. Você teria a resposta! Sei bem o que tu diria, daria um riso com o canto da boca, olhos baixos, e murmuraria entre os dentes com bom humor é verdade “ é o habito”, muito bom humor. Então sabemos, é o habito meu amigo. Na cidade todos percebem que você já não caminha com 2 pés, são eles e o auxílio das tuas mãos curvadas, teus olhar é otimista, olha pra baixo e vê de cima... Problemas com a coluna meu jovem? Não senhor, jamais. Alguma observação deseja fazer que justifique a forma da sua coluna? Sim senhor! Pois bem, afirme “existência, ninguém alertara sobre as gramas e toneladas, sim, pesada”.
Vendo tal descrição percebemos que estamos a tratar da harmonia e imposição... Harmonia do mundo e imposição das formas de percebê-lo. Covardia? Porque não te deram oportunidades de escolha? Hum... Notem a imprensa, eles já sabem quem é você, fazem matérias sobre você e não citam a ausência de ferraduras. Teus calos remetem a essa ausência, esse reconhecimento do atrito mão/chão... As moças te perguntam, porque tens calos? E você o que faz? Você não responde! Alias, não sabe responder, se iguala aos calos, não percebe a simbiose redundante, redundância originada do teu silencio, tu é a ferida das tuas mãos, calos e eu, Eu/calo.
Como alguém conseguiu compreender aquilo que você escreveu mentalmente? Como conseguiram ler, não te parece mística essa experiência? Não soa curiosa? Quem leu o que tu escreveu, um dia disse, nossa! Disso resultou a curiosidade sobre a tua alimentação, as pessoas começaram a te questionar sobre aquilo que você come. O que você come? ouvia pelas ruas. Ninguém entendia porque você ria... Só tu sabes o porquê da tua resposta... Lembro-me como se fosse hoje, tua voz suave e grossa dizendo “vocês comem, eu farejo”... Os lógicos disseram em público – trata-se de um argumento carente, afirmado por uma voz fraca, trata-se de uma morte dissimulada. Você afirmou o espanto, espanto, espanto, mil vezes espanto, “quero comer o que vocês comem”! quanto alvoroço no teatro, você afirmava a subversão, o diretor te chamou no canto e disse – “é proibido a você”... Pobre animal. Era a voz da direção máxima, teatro era o que tu entendias por realidade, quanta ingenuidade.
Qual resultado da tragédia? A Fama... Já te perguntaste por que ficaste famoso? Qual o motivo? Sim sim, exato, tratava-se de um palhaço! Todos riam de ti. -- O que poderia haver de bom em tudo isso? Pergunta à senhora inquisição intuitiva. Lembra o que tu disseste aos pulos? Lembro-me! “trata-se senhora de uma perversão sexual não teorizada, gozar e gargalhar da gargalhada” a fama do animal é sempre engraçada e curiosa, eis a tua máxima!
A fama te trouxe o teu 1º amor, sim, tratava-se de algo inédito... Começaram os murmúrios no inferno... porque? Porque? Porque ele é capaz de amor? Ainda assim ele ama, por quê? Uma jovem ao se aproximar de ti, remeteu teu/eu a ele mesmo, e lançou isto – “porque você ama como você ama? ”E a humildade da tua resposta Ressuscitou Dom Quixote ”amo 17520 dias e 2 anos de vida, e para mim, números sempre foram mistérios”...
Quem grita nesse instante e atrapalha os caminhos por onde nós mesmos nos percebemos? Calma, silencio, preciso sair um instante... Dimensão psicológica, espaço em branco, tempo, reflexão , voltei! Era ele, o senhor editor que se aproximava, ele conta caracteres, palavras, pontos e virgulas... O editor inquisidor insiste em te dar as regras, pegou tua obra, ele nesse momento cataloga tuas paginas, ao final do capitulo ele te convida e diz – Chega com essa historia! Suja teu dedo na tinta, animal, dedo da pata na tinta, animal, carimba teu ponto final. E tudo se passava sob vigilância das câmeras, o que elas filmaram? Mais uma vez captaram teu sorriso sarcástico, e seu polegar pro alto sujo de tinta, e teus pensamentos denunciando em silencio a ironia deferida para o editor, e sabemos que no fundo você repetia “ponto final, ponto final, ponto final”... E você quando resolveu dizer alguma coisa, disse baixinho, murmurando cada vez mais baixo, “alto lá senhor inquisidor, mire essa caneta de tinta azul, ao repetir o ponto final, mais uma vez, em mais um momento, na mesma pagina de sempre, eles se aglomeraram, perceba uma coisa senhor, se pus um ponto final uma vez, pus ponto final 2 vezes, e pus ponto final 3 vezes, a tua ordem abre os meus caminhos, dos sobre pontos/finais, ficais a reticências ...” O senhor a essa altura já não compreendia mais entendia o que lhe era dito, tua boca foi calada afirmando a reticências... E se Aristóteles estivesse vivo poderia compreender melhor do que se trata, no entanto sua obra esta para poucos, mais tive acesso, dei sorte, compreendi mal o que ele disseste, no entanto a reticência afirmada é a energia que segue, e por favor, saibam de verdade que se és em potencia serás em ato... Passam dias!