sábado, 28 de março de 2009

O conto

As minhas lagrimas no chão sepultam a minha dor. A terra seca chupava a dor e a lagrima. Formou-se um lençol que levava a dor pelos sulcos do chão, e desse chão sofrido e molhado nasce a arvore da tristeza, os frutos nutriam a esperança de quem tinha fome.
Eu mordia meus lábios na tentativa de matar a dor crônica, morder, arrancar de mim, suicidar em mim o sentimento inflamado, as lagrimas rolavam, rolaram pois não tinham raízes, as lagrimas são com o mundo, de tão mundo e tão puro era vazio...
O homem sem raiz não tem mundo tem dor, a dor não é mundo nem muda, ela é universo que grita, os versos são um vomito dos gemidos da alma, saem loucamente por não cabelos em si... tudo é dor, o ver o não ver, falar e não falar... Há... Guerreira consciência, a conseqüência é um olhar que vê e é cego, cego como a faca da consciência, enferrujada que me corta o corpo bem devagar, o meu corpo flácido reclama, a faca não me rasga, crava-me com a morte no corte e sem dor... Sepulte o mundo em mim e me liberte da existência, me vende os olhos agora, me jogue terra ou deê-me um lenço, escute esse olho sofrido que poderá assassinar a humanidade com sua enchente.

4 comentários:

Unknown disse...

"...os versos são um vômito dos gemidos da alma..."

E que "enchente" digna de louvor!

Parabéns por suas produções, admiráveis sempre! São uma maneira enérgica para se alcançar a realidade além da alma... e nela. bjo!

Anônimo disse...

voltou..! agora estou tranquila..claudia hora

..... disse...

[...]

A Vida é Dor. Quem deseja, sofre; quem vive, deseja; a vida é dor. Quanto mais elevado é o espírito do
homem, mais sofre. A vida não é mais do que uma luta pela existência com a certeza de sermos
vencidos. A vida é uma incessante e cruel caçada onde, às vezes como caçadores, outras como caça,
disputamos em horrível carnificina os restos da presa. A vida é uma história da dor, que se resume assim:
sem motivo queremos sofrer e lutar sempre, morrer logo, e assim consecutivamente durante séculos dos
séculos, até que a Terra se desfaça.

(Arthur Schopenhauer)

Almerson Passos disse...

"[...]Guerreira consciência, a conseqüência é um olhar que vê e é cego, cego como a faca da consciência[...]"

Essa consciência tão misteriosa que nos alerta para um futuro imprevisível. Mas acredito que, quanto mais evoluído o homem, menos sofrimento.

Muito massa!
Abraço