sábado, 2 de agosto de 2008

O individuo hipermoderno a sala de aula e as futuras crianças.

Na sala 113 uma agitação toma conta daquelas que se dizem os modelos da perfeição. A agitação é assustadora a possibilidade de que por um momento elas estejam fora do padrão perfeito, machuca, preocupa e ameaça. As meninas superpoderosas se olham, se contemplam se examinam.
De repente um grito aiiiiiiiiiiiiiiii... O absurdo acontece.. “Para Fidel a revolução é a coisa mais importante, para Xuxa os baixinhos, bush o petróleo, porem para as garotas superpoderosas o importante é a desgraça que as ameaçam, é a ameaça mortalllll”.
Ao longe observo, tremo de medo, constato sofrimento na face dessas garotas, sobrancelhas arqueadas, olhos tristes, lábios que se mordem, todas elas acuadas no canto da sala, sentadas “tortas de charme”, em cadeiras pretas da cor dos (falos) que a desejam.
Outro grito aiiiiiiiii... O desespero que ameaça a perpetuação da espécie esta ali cravado em suas peles, causando um contraste que se assemelha e se confunde ao tom de sua epiderme, o grito de medo que observei discretamente era um câncer pelas moças considerado, era naquele instante o tudo no universo. Arthur já não existiam aos seus olhos, o que elas só observavam e o que as ameaçavam era uma mancha de tinta branca cravada em seus cotovelos, que logo foi recalcado por um creme milagroso produzido pela “NATURA”, que elas se passam e que a devolvem a sua pele a naturalidade e a beleza midiatica.
E eu observo, me contorço e choro, pensando comigo “quês mães serão essas? Que tipo de gente serão seus filhos?”. Espero que não sejam crianças de louça, construídas na argamassa da industria e espero que tenham vida e que não sejam mortas psíquicas como as mães que se modelam...

3 comentários:

Zé Alves disse...

Achei interessante a maneira como relata as prioridades de cada pessoa, a exagerada importância que se é dada a elas e sua relação com o "eu" íntimo e externo de cada um. Importante também a parte em que retrata a preocupação das futuras mães, rsrs, é verdade, acho que algumas mulheres pós-modernas perderam sua identidade revolucionária, quer dizer, nem precisa ser tão exagerado, perderam até mesmo sua identidade de fêmea de verdade, tornaram-se seres meio robóticos e preocupados cada vez em maquiar-se, o que vai da pele até a alma.Cadê a essencia?....
Muito boa ideia!

..... disse...

Interessante! Elas não querem ir parar na lata de lixo, exatamente por isso se comportam dessa forma, porque a humanidade hipermoderna,como diria Bauman, não permite defeitos e imperfeições! O corpo é um corpo-vitrine, daí a necessidade de mantê-lo impecável!

Pedinhum Nonnemache disse...

POxa adorei É INTERESANTE
ESSE TOPICO
PORQ HJ AS PESSOAS QUEREM SEGUIR UM PADRAO DE VIDA INFLUENCIADO
POR MIDIA .... PRINCIPALMENTE QUANDO ESTA RELACIONADO A BELEZA
AI O CARA OU A MOÇA TEM Q TER O CORPO SARADO
O ROSTO BONITO NRIZ FINO E ASSIM VAI.......O PADRAO DE BLZ AMERICANO.....