sábado, 2 de agosto de 2008

O show de truman o show nosso de cada dia.

O Show de Truman é uma dessas produções cinematográficas com um que de futurista, mas pela primeira vez percebemos se tratar de um futurismo contemporâneo e isso é algo paradoxal, e é bem contemporâneo no que concerne essa relação observador/observado.
Truman por exemplo vive sendo observado em seu campo, uma observação comercial, onde a problemática e a complexidade do sujeito emergem como figura, e o contexto figurantes, e produtos propagandeados ali surgem como fundo.
O olhar que se lança sobre o Truman perpassa todo alicerce das relações humanas, e é na tentativa de compreender as partes que fazem parte dessa relação que o olhar interdisciplinar se faz necessário.
Fala-se, por exemplo, da psicologia: vamos do campo onde esse sujeito esta inserido, a uma relação de estímulos muito utilizada pela psicologia da gestalt, onde em tal contexto o marketing se aproveita de tal conhecimento como uma estratégia.
Karl Marx já dissera que “a sociedade não só produz um produto para o sujeito, mas também produz um sujeito para o produto”.
Em Truman percebemos o quanto e como diferentes formas de estímulos são utilizados para produzir aquele sujeito. Produziram-se medos, prazeres, desejos, necessidades.
Tal relação é multidimensional, pois vai de Truman aos telespectadores, estabelecem-se um campo de comunicação entre a situação, o observador e o observado. E o momento final do filme é o momento épico dessa ilustração, projeção de observador no observado, lagrima, desespero, interação psíquica...
O filme põe em comunicação psicologia, sociologia, e economia. A vida do Truman se analisada sobre uma ótica critica é sem duvida alguma a nossa vida cotidiana.
Somos observados 24hs/dia, na padaria, ônibus, universidade, shopping, casa, bancos e etc. Somos vigiados e punidos condicionalmente, produzem-se neuroses em nós de acordo ao discurso produzido. Assim como Truman, temos nossos medos por outrem criados, não saímos à rua, fechamos o vidro sempre no semáforo, comemos as coisas que tenham um aspecto visualmente saudável, estigmatizamos o negro, “assaltante em potencial”... Temos envolvidas nisso, mídia, sujeito, economia.
Só que nessa realidade aqui, fazemos os diferentes papeis, somos observador/observado, e o Maximo de toda essa conjuntura, é quando, por exemplo, paramos a nação para assistir, os shows, s dos Truman, s global com os seus BBB, s 1, 2, 3,8... Infinito, e lá também se faz propaganda, de alfinete a carro.
No show do Truman ou no show nosso de cada dia, a percepção, a necessidade de se compreender o como o homem percebe o mundo é algo central... A mídia o marketing dependem disso. Compreende-se o homem como um todo, mas ai o conhecimento tem uma aplicação que é nociva ao ser, à lógica do lucro pelo lucro impera, e é na relação aqui - agora que nós ou Truman nos manifestamos sob estímulos que emanam das ondas do radio e televisão, e que perpassam o nosso campo modificando-nos de acordo aos interesses.
O show de Truman é o nosso show, constroem-se o Truman, constroem-se nós, assistimos ao Truman, assiste-se a nós... Somos enfim observador/observado rimos do show do Truman, rir-se do show da gente. Embaixo desse teto que nos cerca, não existe nada novo, sem novidades, de Truman a nós, só existe a nossa verdadeira e comum identidade a do “ser palhaço”.

Um comentário:

Unknown disse...

Observar e punir...
sempre muito bom ne vida, ainda não havia lido esse e gostei muit.
as observações de filmes e etc, são sempre mais importantes quando relacionadas a vida, lembro de ter ouvido vc falar algo parecido quando assistimos v de vigança na escola,lembra...
e vamos adiante, vou ta sempre acompanhando, te amo!